26 de janeiro de 2024
A tecnologia como elemento indispensável para a sustentabilidade do retalho
- O papel das novas ferramentas na prossecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é tão amplo que é difícil conceber o progresso sem elas.
- Os sistemas de análise preditiva ajudam a antecipar a procura, melhorando a eficiência da gestão de stocks.
- A introdução de sistemas inteligentes de iluminação e de controlo da climatização nas lojas, bem como de sensores de ocupação, contribui significativamente para a poupança de energia.
- Os veículos elétricos estão a reduzir as emissões de carbono associadas à entrega de produtos ao consumidor final.
Tecnologia transformadora no setor do retalho
Longe vão os tempos em que bastava a uma empresa gerar lucros elevados para ser considerada bem sucedida. Atualmente, se uma empresa quer ser vista com bons olhos pelos vários intervenientes no mercado, tem de garantir que dispõe dos mecanismos adequados para gerir as suas operações de forma sustentável. Esta é também uma realidade no sector do retalho, onde a tecnologia, tal como noutras áreas, surgiu como uma ferramenta crucial para reduzir o impacto no ambiente sem sacrificar a eficiência operacional. O papel das novas ferramentas na prossecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é tão vasto que é difícil conceber o progresso sem elas.
Um dos principais fatores a considerar no que diz respeito à inovação tecnológica é a sua contribuição para melhorar as cadeias de abastecimento no setor do retalho. A implementação de sistemas de gestão avançados baseados na inteligência artificial (IA) e na análise de dados tornou as operações não só mais visíveis, mas também mais eficientes. A otimização das rotas de transporte, a gestão inteligente do inventário e o acompanhamento em tempo real dos produtos são apenas algumas das formas mais proeminentes de redução da pegada de carbono.
Como a gestão de inventário é um aspeto muito importante do retalho, também foram implementadas melhorias nesta área. Estas incluem a tecnologia RFID (identificação por radiofrequência) e o conceito conhecido como Internet das Coisas (IoT), que se refere às funções de interconectividade dos objetos. Ambos permitem um acompanhamento preciso dos níveis de stock, evitando assim a sobreprodução e reduzindo o desperdício. Além disso, os sistemas de análise preditiva ajudam a antecipar a procura, melhorando a eficiência da gestão de stocks e reduzindo a necessidade de descontos de última hora para liquidar produtos não vendidos.
Tanto os espaços físicos como os virtuais podem ser equipados com tecnologia para os ajudar a progredir nos ODS. A introdução de sistemas inteligentes de iluminação e climatização nas lojas, bem como de sensores de ocupação, contribui significativamente para a poupança de energia. Estas mesmas instalações também beneficiam de painéis solares e materiais ecológicos no seu processo de construção. Por outro lado, no domínio virtual, a experiência do cliente está a atingir novos patamares de sucesso graças às aplicações móveis e às ferramentas de realidade aumentada (RA) e de realidade virtual (RV). Estas últimas ajudam as pessoas a aceder a informações pormenorizadas sobre a sustentabilidade dos produtos e das práticas comerciais, permitindo-lhes tomar decisões de compra com base nos seus valores ambientais e éticos.
Transformar as empresas com tecnologia sustentável
A embalagem e o transporte são dois outros elementos que são positivamente afectados pela introdução de novas tecnologias. A investigação e o desenvolvimento tecnológico são necessários para a descoberta e implementação de materiais biodegradáveis, compostáveis ou recicláveis que reduzam a necessidade de certos plásticos nocivos para o ecossistema. A adição de etiquetas QR é também uma forma de ajudar os consumidores nos seus esforços para disporem mais facilmente de pormenores sobre os produtos, a fim de verificarem a sua sustentabilidade. No que diz respeito aos transportes, a tecnologia está a contribuir para a adoção de práticas logísticas ecológicas através de contributos como os veículos elétricos, que reduzem as emissões de carbono associadas à entrega de produtos ao consumidor final.
Internamente, e especificamente a pensar nos colaboradores, podem ser ministrados cursos online através de aplicações de videochamada, newsletters e questionários que promovam práticas sustentáveis e responsáveis no quotidiano das pessoas que fazem parte da empresa. Também é verdade que se esses mesmos colaboradores virem que a sua empresa se preocupa com os ODS e se esforça por implementar conceitos como a automatização, é mais provável que esperem o mesmo de outras entidades caso mudem de emprego.
Como se tornou evidente nos últimos anos, a tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na aproximação das empresas e na criação de novas plataformas para a economia circular. Estes ambientes facilitam a reutilização, a reciclagem e a troca de produtos entre os diferentes actores da cadeia de abastecimento. A implementação de tecnologias de rastreio e gestão nestas plataformas garante a rastreabilidade e a eficiência na gestão dos recursos, promovendo uma abordagem mais circular e sustentável da produção e do consumo.
Chegámos a um ponto em que, como já foi referido, é difícil imaginar a concretização dos ODS em qualquer negócio sem a ajuda das novas tecnologias. A adoção contínua destes avanços não só beneficia os retalhistas ao melhorar a eficiência operacional, como também contribui para o esforço global de construir um futuro mais sustentável.
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