A inclusão e a diversidade, chaves para o sucesso de uma empresa

Não é à toa que, na literatura científica, podemos encontrar vários exemplos de estudos que reforçam e demonstram a relação tão estreita que existe entre a diversidade e o desempenho financeiro de uma empresa. Ou seja, as organizações devem elaborar melhores estratégias de inclusão para obter uma vantagem competitiva.

No entanto, os avanços nas iniciativas de diversificação têm sido lentos. E as empresas ainda não sabem como podem utilizar a diversidade e a inclusão de forma mais eficaz para apoiar seus objetivos de crescimento e criação de valor.

De fato, uma em cada quatro pessoas afirma que não se sente valorizada no trabalho e aquelas que se sentem incluídas ocupam cargos de maior responsabilidade, segundo um relatório sobre diversidade e inclusão elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Este relatório revela que apenas metade dos entrevistados afirma que a diversidade e a inclusão estão suficientemente identificadas e dotadas de recursos na cultura e na estratégia de seus locais de trabalho. De fato, apenas um terço das empresas atualmente mede a inclusão, embora fazê-lo seja essencial para o progresso.

Assim sendo, talvez devamos começar pelo mais básico.

Diversidade e inclusão: o que são

Quando falamos de diversidade nos referimos a que as empresas sejam um melhor reflexo da sociedade em geral, por isso devem lutar (e conseguir) que haja uma maior proporção de mulheres (também nos cargos de responsabilidade, alta e média) assim como uma composição étnica e cultural mais variada.

Enquanto isso, um local de trabalho inclusivo é aquele em que todos os funcionários se sentem valorizados, ao mesmo tempo que reconhecem suas diferenças e como estas contribuem para a cultura da organização e para os resultados empresariais. Um local de trabalho inclusivo se caracteriza pela ação afirmativa, na qual se anula qualquer impacto de viés/discriminação/desigualdade de oportunidades por qualquer tipo de situação ou condição. Para conseguir isso, as empresas devem contar com práticas e processos que rompam as barreiras da inclusão e, o que é mais importante, devem valorizar a diferença.

O lado positivo da pandemia

Um dos efeitos que talvez não se pôde prever da pandemia da Covid-19 é que tornou ainda mais evidentes as desigualdades existentes, tanto a nível internacional quanto em nossas próprias economias e sociedades. As diferenças no acesso à educação ou ao trabalho e as condições para desenvolvê-los foram ainda mais latentes durante os confinamentos.

Além disso, essa situação também constatou que aqueles locais de trabalho mais igualitários, diversos e inclusivos foram os que mostraram melhores índices de resiliência e recuperação.

Por isso, não é de se estranhar que dois terços dos entrevistados pela OIT assegurem que, desde o início da pandemia, o nível de atenção e ação sobre a diversidade e a inclusão em seus locais de trabalho havia aumentado.

Como ser mais diversos e inclusivos

O estudo realizado pela Organização Internacional do Trabalho fornece algumas chaves para alcançar uma mudança transformadora e sustentável que são aplicáveis a nível mundial e a todos os grupos e níveis da equipe:

• A diversidade e a inclusão devem ser uma prioridade e fazer parte da estratégia e da cultura.
• Deve haver diversidade na alta administração.
• Os altos cargos, os diretores e o pessoal devem ser responsáveis como modelos de conduta.
• As ações devem ser aplicadas em todo o processo, abrangendo a contratação, a retenção e o desenvolvimento.

Os benefícios de ter locais de trabalho mais diversos e inclusivos não são apenas a nível ético, mas têm um grande impacto econômico nas empresas:

• Maior crescimento da receita
• Maior disposição para inovar
• Maior capacidade para recrutar uma reserva de talentos diversificada
• Retenção de funcionários 5,4 vezes maior
  Segundo vários relatórios realizados pela organização “Best Place to Work”, quando os funcionários sentem que confiam neles e em seus colegas, e que todos serão tratados com justiça independentemente de sua raça, gênero, orientação sexual ou idade, são 9,8 vezes mais propensos a ter vontade de ir trabalhar, 6,3 vezes mais propensos a se sentirem orgulhosos de seu trabalho e 5,4 vezes mais propensos a querer permanecer por muito tempo em sua empresa.