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27 de junho de 2024

O desafio do design de conteúdos e-learning

Quando falamos de formação interna no formato e-learning, as empresas e organizações muitas vezes precisam adaptar e atualizar seus conteúdos presenciais para uma nova linguagem online. Nem sempre é fácil. E sabem que disso depende o sucesso ou fracasso de seu projeto.

A necessidade de informar e formar

Muitas empresas e organizações dispõem de programas de formação interna para a melhoria contínua de suas pessoas. Com esse objetivo, costumam organizar sessões presenciais de diferentes formatos e durações, com a colaboração de docentes – especialistas internos ou externos – que as estruturam e ministram.

Outras, que iniciaram o processo de transformação digital, conscientes de que é necessário fazê-lo o quanto antes para competir com vantagem, já contam com plataformas digitais (LMS), através das quais distribuem seus programas e/ou utilizam como repositório de material complementar da formação presencial.

Assim, muitas delas foram obrigadas a adaptar seus antigos conteúdos para um novo formato online. E diante dessa situação, mais de uma se deparou com um grave problema. Quando seus especialistas tiveram que abordar a transformação dessas informações (que conhecem e dominam perfeitamente na sala de aula física) para uma nova linguagem de ensino a distância (que muitos não conhecem e para a qual, em mais de uma ocasião, mostraram resistência), não souberam encontrar a solução e o projeto acabou fracassando.

É verdade que, quando se tratam de temas transversais, algumas empresas resolveram o problema adquirindo cursos padrão, realizados e empacotados por fornecedores de catálogos e-learning. Mas também é verdade que essa solução, em muitas ocasiões, não se ajustou completamente às características próprias de seus negócios e serviços.

Em outros casos, tem cursos em andamento já adaptados aos novos formatos digitais, mas o ambiente está muito rápido e muitos ficaram obsoletos.

Em qualquer caso, a manutenção e melhoria dos conteúdos desses programas de formação interna é sem dúvida a principal preocupação de todas elas. Dispor de informações devidamente estruturadas e atualizadas é básico para a eficácia desse recurso, e essencial para obter a qualidade desejada e o sucesso do processo de formação de suas equipes.

Transmitir, interessar e persuadir

Quando falamos de formação, falamos de transmissão do conhecimento. E esta é uma ação que sempre implica a necessidade de entrar em sintonia com a audiência. Assim, partindo do princípio de que o conhecimento está sempre nas mãos do especialista, tenha ele ou não perfil docente, o objetivo é fazer com que este chegue às pessoas destinatárias.

Para isso, a tradicional formação presencial tem recorrido habitualmente, e muitas vezes exclusivamente, a um recurso recorrente: combinar o conhecimento e a experiência do docente, com sua capacidade de gerar empatia e assertividade com os alunos.

Todos conhecemos esses "professores estrela" capazes de captar a atenção com um discurso modelado construído ao mesmo tempo de ciência e anedota, polido ao longo dos anos, uma aula após outra. Apresentações emocionantes baseadas essencialmente na suposta "magia do ao vivo".

Mas provavelmente também já nos deparamos alguma vez com aquele especialista incapaz de transmitir tudo o que sabe, que sem medo de errar sempre é muito, oculto por trás de um discurso opaco e complicado, cheio de tecnicismos, incapaz de gerar a emoção adequada para atrair nossa atenção.

Portanto, não se trata apenas de possuir o conhecimento; tão importante quanto tê-lo é saber transmiti-lo. Quando queremos ensinar algo a alguém, devemos ser capazes de aproximar a informação e torná-la compreensível para todas aquelas pessoas que estão nos ouvindo. Ou, dito de outra forma, esses conteúdos devem ser transmitidos com clareza, interessar com emoção e persuadir com argumentos convincentes e memoráveis ao público a que se destinam. Estamos falando de comunicação, e esses são seus princípios fundamentais.

Do discurso presencial para uma nova linguagem online

Quando nos deparamos com a transformação de um conteúdo presencial para um novo formato e-learning, um dos grandes desafios é conseguir transmitir essa emoção e magia do ao vivo para a tela.

Para isso, um elemento fundamental é o manejo do tempo narrativo e o tom do discurso. E disso já dissemos que, com maior ou menor intuição, o "professor estrela" sabe muito. Mas ele improvisa no momento. Conhece o roteiro de cor e o reinterpreta uma e outra vez em cada apresentação.

Um modelo que funciona maravilhosamente bem para uma masterclass ou para uma daquelas palestras para as quais fomos convidados em um congresso, ou em nosso conselho profissional, ou no TED...; um conteúdo que costuma ser informativo, divulgativo, e não tanto formativo.

Mas este modelo serve para a realização completa de um programa educacional? Como veremos a seguir, não é suficiente. Quando se trata de ensinar conteúdos, sejam técnicos, científicos ou humanísticos, que incluem objetivos concretos de aprendizagem, precisamos de algo mais. Precisamos elaborar o que chamamos de design instrucional.

No caso do e-learning, a partir do conhecimento da infraestrutura tecnológica que se tenha decidido utilizar, precisamos identificar e definir o perfil do estudante/usuário, a metodologia educativa mais adequada a aplicar em cada caso, os objetivos de aprendizagem, a duração e carga de trabalho de cada curso, os formatos que queremos aplicar a cada conteúdo –vídeos, testemunhais, entrevistas, role playings, etc.–, as ferramentas –interativos, infográficos, questionários e feedbacks, chats, etc.– e os recursos complementares –leituras, websites, vídeos de consulta, etc.–, que nos permitam alcançar o sucesso no projeto de transferência do conhecimento.

Trata-se de organizar todas as informações que temos e fazê-lo de forma devidamente formatada, a partir de estruturas docentes predefinidas, sequenciando-as adequadamente para manter e não perder em nenhum momento a atenção do aluno/usuário.

E, além disso, é muito importante não perder de vista que o objetivo fundamental do e-learning é alcançar o sucesso do processo de formação a partir do diálogo que se gera entre o conteúdo digitalizado, o tutor dinamizador e os alunos.

O renovado e fundamental papel do especialista

Hoje, os novos paradigmas educacionais abrem novas perspectivas nas quais o professor se torna mais um selecionador/apresentador da informação e treinador/animador da sala de aula do que um exclusivo transmissor de um conhecimento que só ele possui e maneja com destreza. Assim, essa nova situação obriga muitos desses profissionais a redefinir seu papel.

Mas aqui não estamos falando de substituir o especialista ou dizer-lhe o que deve ensinar. De forma alguma. Trata-se de que seu conhecimento, aquele que ele possui, seja incorporado de forma eficaz neste novo espaço de transformação digital. Um novo papel, além do de fiel repetidor de aulas expositivas, que agora são resolvidas com o novo conteúdo online.

Estamos falando, por exemplo, de assumir desde a direção da sala de aula digital a figura do tutor dinamizador do processo de aprendizagem: orientando e guiando a participação dos alunos, resolvendo dúvidas e dando feedback dos exercícios e atividades que são propostos, organizando debates, e investigando e compartilhando novas descobertas, tanto próprias quanto de qualquer um dos integrantes da comunidade.

Além disso, sua presença na tela neste novo formato de e-learning é extraordinariamente valiosa. Por exemplo, traz credibilidade e verossimilhança em cápsulas audiovisuais de introdução aos diferentes módulos de um curso, em vídeos testemunhais e em formatos de micro-learning (conteúdos didáticos fragmentados em pequenos vídeos para a aquisição de competências específicas). E é obviamente imprescindível nos webinars (aulas online ao vivo por videoconferência).

Esses profissionais são portadores do conhecimento. Eles são possuidores do quê. Assim, não devemos esquecer que nesse processo é essencial contar com seu conhecimento e experiência para definir e ajustar a nova estrutura e redação definitiva do discurso. E para que continuem buscando, selecionando e administrando novos conteúdos a divulgar.

Por tudo isso, é fundamental incentivar esses especialistas a se juntarem de maneira entusiástica a esta fase de mudança e transformação.

Design instrucional, inovação e design thinking

Como vimos, quando falamos de um projeto de formação online, não falamos apenas da escolha da melhor ferramenta para suportar e distribuir a informação, falamos também da adaptação e tradução de seus conteúdos para um novo modelo digital, capítulo essencial nas necessidades de e-learning de qualquer empresa ou organização.

É por isso que, agora e com a ajuda do design instrucional, devemos elaborar novas experiências educativas orientadas a ambientes profissionais específicos. E, trabalhando lado a lado com o cliente – a empresa ou organização e seus usuários – de mãos dadas com a inovação e a prática de novos modelos projetuais, como o design thinking, iterando através de cada uma de suas etapas – descoberta e compreensão das necessidades, e definição, criação, elaboração e verificação de propostas – alcançar o objetivo fundamental: a transmissão correta e aquisição definitiva do conhecimento.

Conclusões

Em resumo, as empresas e organizações costumam gerar muita documentação em torno de sua oferta de produtos e serviços, e precisam organizá-la, adaptá-la e comunicá-la para que suas pessoas a conheçam perfeita e adequadamente. E sabem que disso depende o sucesso ou fracasso de seu projeto.

Assim, se você está em um processo de transformação digital, no qual deseja informar e formar, lembre-se de quatro pontos-chave que o ajudarão a alcançá-lo:

  1. Aplica os princípios do design instrucional em seus planos de formação
  2. Use uma linguagem direta, clara e renovada em seus conteúdos e-learning
  3. Envolva seus especialistas e reeduque-os para um novo papel de community manager
  4. E desenvolva seu conteúdo de forma iterativa com design thinking para alcançar uma melhor adaptação

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